Goiás, que ocupa o terceiro lugar no ranking nacional de produção mineral, teve em 2015 um ambiente favorável à atração de novos investimentos no setor. Além dos incentivos fiscais e dos financiamentos, o governo estadual disponibiliza infraestrutura e suporte para as pesquisas e prospecção no território goiano.
No ano passado, o Conselho de Fomento à Mineração aprovou três novos projetos de financiamento com recursos do Fundo de Fomento à Mineração (FunMineral) que somam R$ 3,5 milhões.
Para o superintendente de Mineração da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Tasso Mendonça Júnior, mesmo diante do cenário de crise nacional e mundial e ainda sob o efeito do impacto produzido nos últimos quatro anos, com a proposta do governo federal de estatizar as autorizações para pesquisa e lavra no País, o setor de mineração em Goiás permanece aquecido e em expansão. “Goiás vem reagindo bem tanto em análises de pesquisas, para a delimitação de novas reservas, quanto no desenvolvimento de jazidas que já produzem no Estado”, assegurou.
Mineradoras
Grandes mineradoras, como o grupo Anglo American, que explora ferroníquel em Barro Alto e ferronióbio em Catalão, Niquelândia e Ouvidor, onde também tem minas de fosfato, e a canadense Yamana Gold, que mantém minas no Nordeste do Estado, e a Votorantim, em Niquelândia, por exemplo, continuam expandindo suas atividades em Goiás, gerando mais emprego e mais renda, ao mesmo tempo em que novas mineradoras entram no mercado movimentando a economia em vários municípios.
Entre outras empresas que iniciaram a exploração de minérios em Goiás no decorrer de 2015 está uma de exploração de diamantes em Catalão, com investimentos da ordem de R$ 9 milhões – até agora – e outra mina está sendo instalada em Faina para a produção de ouro, com investimentos superiores a R$ 30 milhões.
O setor mineral vem contribuindo significativamente para a pauta de exportações do Estado, respondendo por quase 20% do que exportou no ano passado. De janeiro a outubro, as exportações de minérios somaram U$ 940 milhões do total exportado (U$ 4,8 bilhões), totalizando 19,3%. Os principais produtos foram: sulfato de cobre (U$ 292 milhões); ferroníquel (U$ 185 milhões); ferronióbio (U$ 181 milhões); bulhão dourado (U$ 78 milhões); e amianto (U$ 61 milhões).
FunMineral
Além de oferecer incentivos aos investimentos privados que mantiveram aquecido o setor este ano, o Governo de Goiás financiou, com recursos do FunMineral da ordem de R$ 1,6 milhão, três outros projetos aprovados em 2014 e contratados em 2015: mina de bauxita, da Mineradora Santo Expedito, em Barro Alto, que investiu fortemente no empreendimento este ano; o projeto em Pirenópolis, de artesanato mineral; e o processo de extração de rochas ornamentais em Jaupaci.
Os três projetos aprovados este ano pelo Cofom e que estão sendo contratados pelo governo resultaram no financiamento de R$ 3,5 milhões para duas indústrias de cerâmica, sendo uma em Vianópolis e uma em Campo Limpo de Goiás, e para um empreendimento de artesanato
mineral em Cristalina. O projeto de Vianópolis já foi contratado e os outros dois estão em fase de análise de documentos para a contratação, mas os recursos já estão garantidos.
Cooperação técnica
De acordo com Tasso Mendonça, Goiás também tem evoluído na cooperação técnica e no suporte, com infraestrutura para promover a pesquisa mineral no Estado. A cooperação técnica com a Mineradora Serra Verde, que obteve autorização para pesquisa de terras raras em Minaçu há quatro anos é um exemplo disso.
A empresa já realizou boa parte das pesquisas e está na fase de licenciamento ambiental e submissão do projeto de lavras. Antes, os estudos eram feitos em Mariana (MG) e foram transferidos este ano para o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Mineral da SED, onde mantém 32 pesquisadores contratados com recursos próprios e transferindo conhecimento para os servidores do Estado que atuam na unidade.
Só este ano, a mineradora investiu em reformas do laboratório químico de análises minerais e em equipamentos, o equivalente a mais de R$ 1 milhão, modernizando o laboratório que integra o Centro de Desenvolvimento Tecnologia Mineral em formação e que conta, também, com um laboratório de ensaios em cerâmica. A mineradora tem encontrado em suas pesquisas resultados mais satisfatórios que as pesquisas feitas na China ou em outro País. A China é responsável pela produção de mais de 90% de elementos de terras raras que são valiosos e têm utilização na indústria de eletrônicos e energia solar, entre outros setores tecnológicos. A unidade cooperada da Serra Verde com o Governo de Goiás é o maior polo de pesquisa de terras raras do País.
Geoinformações
No contexto do programa Mapa da Mina, que o governo realiza para identificar o potencial mineral nas várias regiões, as ações de geoprocessamento para a produção de informações e análises de dados avançaram este ano. Em parceria com o Serviço Geológico do Brasil, a SED concluiu os trabalhos do projeto Materiais de Construção da Região Metropolitana de Goiânia que subsidiará a indústria da construção civil, aguardando apenas a publicação do relatório.
Enquanto isso, técnicos da Superintendência de Mineração se reúnem com técnicos daquela instituição para estabelecer as bases para a cooperação em outro projeto, desta vez para a caracterização das argilas da Formação Corumbataí, no Sudoeste do Estado, comparando as amostras com as argilas do Polo Cerâmico de Santa Gertrudes (SP). “O objetivo é criar um banco de dados com todas as informações da ocorrência dos minerais no Estado e as potencialidades, a fim de subsidiar tanto as políticas públicas quanto as iniciativas do setor privado”, afirma o gerente de Geoinformações e Estudos Geológicos da SED, André Luiz Pereira.
Outras ações
Ainda no Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Mineral, a SED realizou no ano passado, 23.167 determinações químicas no Laboratório de Análises Químicas de Anápolis e outros 1.091 ensaios cerâmicos no Laboratório de Ensaios Cerâmicos, de janeiro a outubro. Prestou apoio técnico à Superintendência Executiva de Ciência e Tecnologia orientando a aquisição de equipamentos para a instalação de laboratório móvel e fixo de ensaios cerâmicos no Instituto Tecnológico (Itego) de Porangatu e coletou amostras de produtos certificados de cerâmica vermelha (telhas) para acompanhamento do processo de certificação.
A Superintendência de Mineração da SED também capacitou sete artesãos no Curso de Joalheria ministrado no Centro de Gemologia de Anápolis, no segundo semestre, e realizou vistorias e auditorias técnicas para acompanhamento de financiamentos do FunMineral.
E para contribuir com o Estado na difusão dos atrativos que Goiás oferece para novos investimentos, técnicos da Superintendência participaram da Diggers & Dealers Mining Forum 2015, na Austrália. A equipe foi coordenada pelo superintendente Tasso de Mendonça e contou com a participação do secretário-executivo do Conselho Superior para a Promoção de Investimentos e Negócios da SED, Leonardo Jaime. Eles viajaram a convite das empresas Orinoco Gold Limited (ouro) e Five Star (diamantes), multinacionais com origem e capital australiano que investem em Goiás. A comitiva apresentou o Estado aos empresários, pesquisadores e investidores e visitou importantes centros tecnológicos, universidades e empresas do ramo mineral.
Mais informações: (62) 3201-5463
Fonte:Goiás Agora
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