O professor da rede estadual José Guedes tem nas mãos a tarefa de selecionar as atletas que irão representar o Brasil no vôlei sentado das Paralimpíadas 2016, no Rio de Janeiro. Docente de educação física há nove anos, ele também é técnico da seleção brasileira que, em setembro do ano que vem, entrará nas quadras em busca do primeiro pódio no torneio.
Três atletas ligadas à Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) estão na mira do comandante e podem ser convocadas. Guedes investe no trabalho junto a pessoas com limitações físicas há mais de 15 anos e conta que foi o responsável por disseminar a modalidade do vôlei sentado em Goiás.
Das goianas, Nurya é a mais nova na seleção brasileira e ainda não atuou em Jogos Paralímpicos. A competição, aliás, é tratada como novidade até mesmo para as veteranas Ádria de Jesus e Jani Freitas, que participaram da edição em Londres 2012, na primeira Paralimpíada da seleção feminina de vôlei sentado. Na ocasião, o Brasil ficou em 5º lugar.
Ex-alunas da rede estadual, Ádria e Jani são titulares na seleção montada por Guedes e favoritas para conquistar vagas para o Rio 2016. “Elas têm mais tempo de seleção do que eu, que fui convidado para assumir o comando em 2013″, conta o professor ao exaltar o esforço delas. “São atletas que conseguem dedicar um tempo de sua rotina para os treinos, praticamente todos os dias”.
A seleção brasileira se reúne apenas às vésperas de competições importantes, sendo curto o período de treinamento com o grupo completo. A alternativa que Guedes encontrou para driblar a dificuldade é orientar todas elas, mesmo de longe. “As atletas treinam no seu clube de origem e meu papel é observar o desempenho”, explica o comandante.
Missões
Antes do Rio 2016, a seleção brasileira tem importantes competições que servirão como testes. A mais expressiva delas é o Parapan Americano de Toronto, em agosto, torneio que contará com a
participação do trio goiano. Além de ajustar a equipe, a intenção de Guedes é conquistar boas colocações para fortalecer a tradição que o Brasil já possui no vôlei, tanto de quadra como de areia.
Atualmente, a seleção feminina de vôlei sentado é a quarta colocada no ranking mundial, ficando atrás apenas das grandes potências: China, Estados Unidos e Rússia. Sobre pódio no Rio, Guedes se arrisca a afirmar que é um sonho bem próximo da realidade. “Dá para a torcida esperar uma medalha sim. Essa colocação no ranking automaticamente nos credencia para uma disputa entre os melhores. Jogar em casa, com a torcida a favor, nos motiva ainda mais”, comenta ao argumentar que a seleção brasileira foi a que mais evoluiu depois de Londres.
Além de figurar entre os primeiros, a missão também é incentivar a prática de esportes por pessoas com qualquer tipo de limitação que seja. Exceto as adaptações necessárias, como o tamanho da quadra e a altura da rede, as regras do vôlei sentado praticamente não sofrem alteração.
“No início, muitos não acreditavam no trabalho. A luta contra o preconceito é uma batalha diária que enfrentamos”, ressalta Guedes. E conclui: “o esporte contribui bastante com o combate ao preconceito, porque a tendência das pessoas é colocar os atletas em um patamar diferente. Então esperamos que, disputando os jogos em casa, as pessoas possam valorizar o esforço de todos os atletas paralímpicos”.
Paraolimpíadas ou Paralimpíadas
Para o lançamento da logomarca dos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio, o nome dos jogos perdeu a letra “o” e passou a ser chamado de Paralimpíadas a pedido do Comitê Paralímpico Internacional. O objetivo foi igualar o nome ao uso de todos os outros países de língua portuguesa: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, onde já se usava o termo Paralimpíadas.
Fonte: Goiás Agora
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